Um Símbolo de Unidade: Unidade Representada pela Torre de Babel


Escrito por Carolina Marcello

O livro de Gênesis, do Antigo Testamento, conta a história da Torre de Babel para explicar o surgimento dos diversos idiomas no planeta. No capítulo 11 da Bíblia, é possível encontrar essa narrativa.

Com a intenção de alcançar os céus, os homens se uniram e formaram um grupo para construir uma imponente torre. Porém, assim que Deus descobriu o que estavam tentando fazer, Ele decidiu puni-los e os fez falar línguas diferentes para que nunca mais pudessem se entender.

Torre de Babel

A Narrativa da Torre de Babel

Após o dilúvio, há um mito de que os descendentes de Noé construíram uma torre monumental. Esta aconteceu durante um período onde todos os homens falavam a mesma língua.

E foi toda a terra tendo uma língua e mesmas palavras.

Dedicados a erguer uma cidade com uma torre gigantesca, os homens se reuniram para construir um edifício que fosse capaz de alcançar o céu.

Ao agirem daquela maneira, os homens estavam provocando a ira de Deus. O Criador, então, descerrou os céus e os castigou fazendo que eles passassem a falar línguas diferentes.

Até os dias de hoje, existem muitos idiomas distintos espalhados pelo mundo. O mito tenta explicar o motivo de isso acontecer.

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Explorando o Mito da Torre de Babel

Há uma eterna discussão a respeito da história da Torre de Babel: seria apenas uma parábola ou teria sido um evento que de fato aconteceu? Contudo, não há nenhuma evidência científica de que a torre tenha existido na realidade.

Mesmo diante das inseguranças, o mito fundador tem permanecido por séculos como uma narrativa significativa sobre a origem da diversificação de línguas.

A Torre: Uma Construção

O Gênesis, na Bíblia, fornece detalhes sobre a suntuosa construção, que foi erguida há muitos séculos com escassos materiais. O texto diz:

Vinde, façamos tijolos e os cozinhemos no fogo. E foi para eles o tijolo por pedra e o barro foi para eles por argamassa.

Não se tem mais informações sobre a técnica usada para construir a lendária torre de Babilônia. Ignora-se, por exemplo, a altura da edificação, sua profundidade e seu local exato. Entretanto, é certo que a torre foi erguida na região da Babilônia.

A obra avançava com rapidez, os planos seguiam perfeitamente e a torre crescia a cada dia. No entanto, a intervenção divina interrompeu o andamento da construção.

Hans Bol The Tower of Babel

Qual foi a Inspiração para a Construção da Torre

Ao ler a passagem bíblica, fica evidente que os homens que desejavam erguer a torre sentiam-se vaidosos, ambiciosos, orgulhosos e poderosos.

E disseram: Vinde, edifiquemos para nós cidade e torre, e que seu cume chegue aos céus, e faremos para nós fama, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.

Com uma atitude arrogante e presunçosa, os homens envolvidos na obra acreditavam que, com suas habilidades de construção, poderiam erguer uma torre tão alta que suas pontas tocassem o céu.

Nos ensinamentos religiosos, o mito da Torre de Babel nos mostra que não devemos usar a técnica e a ciência como meios para a competição ou para satisfazer nosso orgulho. Ao invés disso, devemos utilizar esses conhecimentos para promover o bem.

A Atitude de Deus

Após os anjos lhe contarem sobre a construção de um edifício esplendoroso, Deus resolveu descer à Terra para vê-lo de perto.

Tower of Babel Lucas van Valckenborch 1594

Ele não acreditou nas acusações feitas pelos homens e, com isso, decidiu descer ao nosso plano para checar a veracidade das informações por conta própria. O que esta ação nos ensina é que não devemos julgar ninguém antes de confirmarmos a veracidade de suas declarações.

Ao ver o gesto dos homens como uma ofensa, Deus ficou furioso. Em consequência, o todo poderoso decidiu usar os anjos para puni-los dando-lhes línguas diferentes.

E desceu o Eterno para ver a cidade e a torre que edificaram os filhos dos homens. E disse o Eterno: "Eis um mesmo povo, e uma mesma língua para todos eles; isto foi que os fez começar a fazer; e agora não lhes será privado tudo quanto intentam fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali sua língua, para que não entenda cada um a linguagem de seu companheiro."

A história da Torre de Babel é usada frequentemente para explicar por que há tantas línguas diferentes, o que significa que as pessoas falaram originalmente a mesma língua. Esta ideia é suportada pelo fato de que muitas palavras de línguas diversas são etimologicamente semelhantes e se referem a coisas similares. Muitos veem isso como uma evidência de que, inicialmente, todos os homens falavam a mesma língua.

A incapacidade de falar o mesmo idioma deixou o Eterno consternado - "confundiu o Eterno a língua de toda a terra". Isso deu origem a uma série de confusões, já que um pedido de tijolos acabava sendo atendido com barro e assim a construção não progredia devido aos mal-entendidos.

Superando a Barreira das Línguas

De acordo com a Bíblia, o desígnio de Deus era de que os seres humanos se espalhassem por toda a Terra. Contudo, os construtores da Babilônia tiveram a ideia de erguer uma cidade que pudesse reunir todas as pessoas num único lugar. Essa foi uma maneira de questionar o projeto inicial do Senhor.

Os planos de Deus foram desrespeitados, e como castigo, a população foi punida e separada, e também recebeu línguas diferentes.

Indo além, para desviar as pessoas de uma possível união, Deus desse o dom da diversidade aos humanos, fazendo-os falar diferentes línguas. Além disso, espalhou-os pela face da Terra, evitando assim que o sonho de uma cidade perfeita pudesse se realizar.

E os espalhou o Eterno dali sobre a face de toda a terra, e cessaram de edificar a cidade.

Muitos religiosos acreditam que a Torre de Babel desabou, mas não existem provas disso no texto bíblico.

Valkenborch babel-tower

Qual o significado de Babel?

A palavra Babel é formada por duas partes: Bab-El. Na língua babilônica, é traduzida para "Porta de Deus".

Carolina Marcello
Escrito por Carolina Marcello

Formou-se em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e possui mestrado em Estudos Literários, Culturais e Interartes pela mesma instituição. Durante os estudos universitários, foi co-fundadora do Grupo de Estudos Lusófonos da faculdade e uma das editoras da revista da mesma, que se dedica às literaturas de língua portuguesa.