Uma das pinturas mais célebres de Pablo Picasso, o Guernica, demonstra os terríveis efeitos da guerra na população. Esta obra de arte emblemática é também considerada um dos maiores quadros do cubismo.
Examinando o Quadro Guernica
No momento da pintura, a Espanha era abalada pelo conflito entre Republicanos e Nacionalistas, liderados pelo General Francisco Franco. Essa compreensão do contexto histórico é vital para interpretar a obra.
O exército nazista forneceu auxílio aos Nacionalistas e autorizou que os alemães bombardeassem Guernica, como uma maneira de experimentar armas e técnicas militares que acabaram sendo usadas na Segunda Guerra Mundial.
Pablo Picasso estava morando na França quando o ataque ocorreu. Ele estava trabalhando em uma obra de arte para ser apresentada na Exibição de Paris, pois havia sido convidado pelo Governo Republicano Espanhol.
Assim que soube do ataque em Guernica, sua ideia original foi logo substituída por uma obra relacionada a esse evento.
Explorando as Possibilidades das Cores
O artista optou pelo preto, cinza, branco e tons azulados para intensificar a sensação de drama causada pelo bombardeio. Estas cores contribuíram para criar um cenário cada vez mais impactante.
Os jornais da época publicaram fotografias da guerra em preto e branco que causaram um efeito profundo no artista, o que o levou a optar pela paleta monocromática.
Observamos na obra uma textura que se aproxima daquela presente nos jornais. Esta característica acentua ainda mais o tom de denúncia da obra.
Criação de Composições
Esta obra de Picasso é um exemplo de arte cubista, no qual figuras são decompostas geometricamente. A tela apresenta uma estrutura triangular criada por linhas e formas numa atmosfera abstrata.
Os cavalos e touros são extremamente populares na cultura espanhola, sendo que ambos têm destaque significativo no quadro.
A presença de certos animais pode ser vista como uma ameaça à cultura espanhola, pois eles seriam capazes de destruir os ideais que os cidadãos daquele país defendem.
muitos estão sofrendo, sofrendo dor, sofrendo horror. Ao observar os personagens exibidos na tela, é possível ver o sofrimento e a dor que o horror causa nos seres humanos. Muitos estão desesperados, sofrendo agonia e angústia.
A espada quebrada simboliza a derrota do povo, enquanto as cenas de edifícios em chamas evocam o massacre não só em Guernica, como também a devastação trazida pela Guerra Civil.
Explorando o Contexto de Criação
Em 26 de abril de 1937, a Legião Condor lançou um bombardeio devastador na cidade espanhola de Guernica. Esta tragédia inspirou o artista espanhol a criar uma obra para simbolizar o terror e a destruição trazidos pela guerra.
Gernika, também conhecida como Guernica, é uma localidade situada na província da Biscaia, na região autônoma do País Basco.
O quadro Guernica é um símbolo de paz e anti-guerra, pois contém um significado político alusivo à destruição causada pelas forças nazistas em parceria com o ditador espanhol Franco. Ele funciona como uma crítica ao conflito e aos horrores da guerra.
Após cerca de um mês de trabalho, o quadro fez uma turnê mundial, recebendo reconhecimento internacional, e chamando a atenção do resto do mundo para a Guerra Civil Espanhola.
Devido ao início do conflito em 1936, a morte da sua mãe em 1939 e o começo da Segunda Guerra Mundial, o artista passou por uma etapa mais sombria. Algumas de suas obras construídas durante esse período refletem seu estado mental perturbado, como "Guernica" e a série "Dona Maar".
Em 1945, à conclusão da Segunda Guerra Mundial, o artista decidiu doar a sua obra ao Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), permanecendo lá até 1981, quando foi transferida de volta à Espanha.
Localização e Características da Obra
A pintura a óleo sobre tela de grandes dimensões conhecida como Guernica tem 7.76 metros de comprimento e 3.49 metros de altura.
A Exposição Internacional de Paris foi o local onde a obra foi exibida pela primeira vez, no pavilhão espanhol. Hoje, ela está sendo mostrada no Museu Nacional de Arte Rainha Sofia, em Madri.
Veja também
- 13 obras indispensáveis para entender Pablo Picasso
- : A Arte do Futuro O Futuro da Arte: Cubismo
- Interpretação do Quadro "O Grito" de Edvard Munch
A Vida e Obra de Pablo Picasso
Com dedicação absoluta às artes, o artista espanhol é reconhecido por muitos críticos como um dos maiores artistas do século XX. Fazendo uso de diferentes técnicas, como pintura, escultura, gravura, cerâmica, mosaico e desenho, proporcionou obras extraordinárias que marcaram sua vida profissional.
Nascido em Málaga no dia 25 de outubro de 1881, Picasso é reconhecido como o autor de obras-primas consagradas como Guernica, Les Demoiselles d'Avignon e A pomba da paz.
Desde muito cedo, Picasso deu início à sua carreira artística. Seu primeiro trabalho foi o quadro Le Picador, que criou aos nove anos de idade.
Aos 14 anos, o artista já era influenciado pelo seu pai, José Ruiz Blasco, um pintor e professor de História da Arte, e passou a pintar modelos vivos.
Quando Picasso tinha 15 anos, sua família se mudou para Barcelona, onde ele passou a trabalhar em seu primeiro estúdio, que havia sido alugado pelo seu pai.
No ano de 1897, Pablo foi tão produtivo, que a sua obra Primeira comunhão, um óleo de 166 x 118 cm de grandes dimensões, foi aceita na Exposição Municipal de Barcelona.
Aos dezenove anos, Picasso parte para Paris a fim de dar início a sua carreira como artista profissional. Ao chegar na capital francesa, ele se envolve com diversos negociantes de quadros e, logo no ano seguinte, realiza a sua primeira exposição, que tem um grande sucesso.
Com trinta anos, Picasso e Georges Braque criaram o movimento cubista, o que causou uma grande mudança na forma de arte.
A obra do pintor é separada em cinco fases: a fase azul (1901-1904), a fase rosa (1905-1907), a fase cubista (1907-1925), a fase do classicismo (1920-1930) e a fase surrealista (a partir de 1926).
Picasso teve uma vida particular bem movimentada. Ele se casou várias vezes e teve quatro filhos: Paulo, Maya, Claude e Paloma.
No dia 8 de abril de 1973, Picasso, aos 91 anos, nos deixou com um grande legado de 45 mil peças ao falecer na França, em Mougins.
