Resumo dos 8 Contos Famosos de Machado de Assis


Escrito por Carolina Marcello

Muitos conhecem os romances de Machado de Assis, mas não se deu conta da beleza dos contos do autor. Publicados inicialmente em jornal e posteriormente reunidos em livro, tais contos são joias preciosas da literatura brasileira que não devem ser desperdiçados.

Confira os 8 contos imperdíveis do maior nome da nossa literatura! Não perca essa chance!

1. Cerimônia da Missa do Galo em 1893

2. Adão e Eva: 1896

Esta narrativa tem como temática principal a religião. Os personagens D. Leonor, frei Bento, o sr. Veloso, o juiz-de-fora e João Barbosa começam discutindo se a responsabilidade da perda do paraíso foi de Eva ou de Adão, e depois passam a debater outros assuntos profundos, como quem criou o mundo: Deus ou o diabo?

3. 1882: Uma Reflexão no Espelho

Em "O Espelho", um dos contos escritos por Machado de Assis, o subtítulo (Esboço de uma nova Teoria da Alma Humana) indica a narrativa central. Cinco homens com idades entre 40 e 50 anos se reúnem em Santa Teresa para discutir os desafios da vida. Jacobina, um dos protagonistas, propõe uma teoria surpreendente: nossa alma é dividida em duas partes. Para reforçar seu argumento, ele narra uma memória de quando tinha 25 anos e se tornou Alferes da Guarda Nacional.

Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para entro... Espantem-se à vontade, podem ficar de boca aberta, dar de ombros, tudo; não admito réplica. Se me replicarem, acabo o charuto e vou dormir. A alma exterior pode ser um espírito, um fluido, um homem, muitos homens, um objeto, uma operação. Há casos, por exemplo, em que um simples botão de camisa é a alma exterior de uma pessoa; - e assim também a polca, o voltarete, um livro, uma máquina, um par de botas, uma cavatina, um tambor, etc. Está claro que o ofício dessa segunda alma é transmitir a vida, como a primeira; as duas completam o homem, que é, metafisicamente falando, uma laranja. Quem perde uma das metades, perde naturalmente metade da existência; e casos há, não raros, em que a perda da alma exterior implica a da existência inteira

4. O Diabo na Igreja, 1884

A ideia por trás da história é extremamente polêmica: o diabo, insatisfeito com o caos de seu reinado e desejando eliminar todas as outras religiões, decide fundar uma igreja. Com isso, sua intenção é destruir todas as outras religiões uma vez por todas.

A narrativa é dividida em quatro capítulos: "De uma idéia mirífica", "Entre Deus e o Diabo", "A boa nova aos homens" e "Franjas e franjas".

5. Ser ou Não Ser, 1876

André, um homem de 27 anos estagnado na carreira, decidiu por terminar a sua própria vida em 18 de março de 1871, quando, em uma barca no trajeto Rio-Niterói, após pedir um aumento e ser recusado, ele tinha decidido se afogar. Por sorte, no mesmo dia, André conheceu uma linda mulher que, inesperadamente, mudou o curso dos seus planos e lhe inspirou uma nova chance de vida.

6. A Teoria do Medalhão de 1881

No dia do aniversário de vinte e um anos do filho, o pai tem vontade de dar alguns conselhos ao jovem. Como ele acabou de entrar na maioridade, o progenitor se sente compelido a orientar o destino do herdeiro. Essa é a premissa básica por trás da trama de Teoria do medalhão.

Vinte e um anos, algumas apólices, um diploma, podes entrar no parlamento, na magistratura, na imprensa, na lavoura, na indústria, no comércio, nas letras ou nas artes. Há infinitas carreiras diante de ti. Vinte e um anos, meu rapaz, formam apenas a primeira sílaba do nosso destino. Os mesmos Pitt e Napoleão, apesar de precoces, não foram tudo aos vinte e um anos. Mas qualquer que seja a profissão da tua escolha, o meu desejo é que te faças grande e ilustre, ou pelo menos notável, que te levantes acima da obscuridade comum

7. A Carteira de 1884

Honório, um advogado, se depara com uma carteira cheia de dinheiro e hesita se deve ou não ficar com ele. Sua situação financeira não era das melhores, já que com os poucos casos que tinha precisava arcar com as despesas familiares, principalmente com a esposa D.Amélia. Porém, em seu grande azar, o advogado descobre que a carteira é de seu amigo Gustavo, o que muda por completo o rumo da história.

8. A Cartomante: 1884

Vilela, de vinte e nove anos, era funcionário público e marido de Rita. Camilo, mais jovem, também era grande amigo de Vilela e acabou por se apaixonar por Rita. Os dois passaram a ter um caso, e alguém acabou descobrindo a traição e chantageando-os. Desesperados, Rita e Camilo recorreram a uma cartomante, numa sexta-feira de novembro de 1869, em busca de conselhos. No fim, Machado conta a história de um triângulo amoroso de forma a criar um desfecho inesperado!

No dia 28 de novembro de 1884, o conto foi publicado nas páginas do jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro. Mais tarde, essa história foi reunida no livro Várias Histórias, que foi lançado em 1896.

Descubra Mais Sobre Machado de Assis

Machado de Assis, maior nome da literatura brasileira e órfão de mãe, nasceu no Morro do Livramento, no dia 21 de junho de 1839, fruto do casamento de Francisco José de Assis, brasileiro, e Maria Leopoldina Machado de Assis, açoriana. Pobre, mulato e epilético, ele não contava com facilidades para ser bem-sucedido profissionalmente.

Em 1855, Machado começou sua carreira como colaborador do jornal Marmota Fluminense, onde publicou seu primeiro poema, intitulado Ela. No ano seguinte, para ampliar seus conhecimentos, tornou-se aprendiz na Tipografia Nacional e resolveu aprender latim e francês. Mais tarde passou a colaborar nos jornais O Paraíba e Correio Mercantil, além de escrever críticas para o teatro e ocupar funções públicas.

Em 1866, Joaquim Nabuco formou uma união matrimonial com Carolina Augusta Xavier de Novais, que era a irmã do poeta Faustino Xavier de Novais. Esta união foi benéfica para ambos e tornou-se a sua companheira de vida.

machado de assis e carolina

Ao participar da inauguração da Academia Brasileira de Letras, foi nomeado o seu primeiro presidente, tendo exercido essa função por mais de dez anos. Ocupando a cadeira número 23, ele escolheu José de Alencar como seu patrono. Após uma vida dedicada às letras brasileiras, faleceu no Rio de Janeiro, aos 69 anos, no dia 29 de setembro de 1908.

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Carolina Marcello
Escrito por Carolina Marcello

Formou-se em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e possui mestrado em Estudos Literários, Culturais e Interartes pela mesma instituição. Durante os estudos universitários, foi co-fundadora do Grupo de Estudos Lusófonos da faculdade e uma das editoras da revista da mesma, que se dedica às literaturas de língua portuguesa.