8 Obras Maravilhosas de Autores que Ganharam o Prêmio Nobel de Literatura


Escrito por Laura Aidar

A notoriedade do Prêmio Nobel de Literatura e a grandeza que vem com o reconhecimento da Academia Sueca são reconhecidas por todos. Receber esta honraria é extremamente significativo.

Desde 1901, é concedido anualmente o Prêmio literário, que prestigia escritores talentosos de todas as partes do mundo, homenageando diversos criadores de culturas diversas.

Aproveite esta lista com 8 livros incontornáveis escritos por homenageados do Prémio Nobel de Literatura e deixe-se embalar pela magia das palavras. Que cada leitura possa ser uma experiência única e encantadora!

1. Peter Handke - Don Juan (Narrado por Ele Mesmo) (2007)

Don Juan (Narrado por Ele Mesmo) (2007)

Peter Handke, pouco conhecido para a maioria dos brasileiros, foi conferido o Prêmio Nobel de Literatura em 2019.

A obra de Don Juan (Narrado por Ele Mesmo), publicada no nosso país, é bastante rara. Seu narrador é um homem solitário que busca alívio nas suas leituras quando não está ocupado como cozinheiro.

Naquele dia, o protagonista ficou introspectivo e decidiu deixar os livros de lado. Mas, para sua surpresa, Don Juan, ícone da literatura, surgiu do seu quintal e começou a interagir com ele, desta vez, em um contexto completamente moderno.

O autor austríaco Peter Handke oferece aos leitores um conteúdo muito particular em sua obra Don Juan (Narrado por Ele Mesmo). Seus argumentos originais e sua peculiar maneira de contar histórias proporcionam uma experiência de leitura única aos leitores. Com isso, aconselhamos a todos que não percam a chance de ler esta obra!

2. A Morte e os Ossos: Uma Análise de 'Sobre os Ossos dos Mortos' de Olga Tokarczuk (2014)

Sobre os Ossos dos Mortos

A polonesa Olga Tokarczuk, apesar de ter relativamente pouca idade, já tem diversos prêmios em seu histórico, incluindo o mais importante da literatura: o Prêmio Nobel. O prêmio foi entregue a ela em 2019, após sua indicação em 2018.

A protagonista de "Sobre os Ossos dos Mortos" é Janina Duszejko, uma mulher de cerca de sessenta anos que não segue os padrões. Ela conta como seus dois cães desapareceram misteriosamente.

Recolhida, Olga residia no meio de animais em um vilarejo remoto. Não só os cães desapareciam misteriosamente, mas ela também testemunhava inexplicáveis óbitos - membros de uma associação de caça local eram encontrados sem vida nas imediações da área.

As incertezas sem respostas são o que impulsionam a narrativa de Tokarczuk, permitindo-lhe pensar sobre questões mais abrangentes ligadas à vida.

O jornal The Guardian elegeu Sobre os Ossos dos Mortos como um dos 100 melhores livros do século.

3. José Saramago - Memorial do Convento (1982)

Memorial do Convento

Em 1998, José Saramago foi laureado com o Prêmio Nobel. Dentre sua extensa lista de obras, Memorial do Convento se destaca como representante do estilo literário do autor.

Em Mafra, para cumprir uma promessa feita pelo rei D.João V, foi construído um convento para agradecer o envio de seu filho com D.Josefa. O romance histórico acompanha a trajetória de Blimunda e Baltazar, que se dedicaram a levantar grandiosamente essa estrutura.

A obra-prima de José Saramago contrasta dois universos opostos: o da realeza, cheio de requinte e luxo, e o do povo, marcado pela pobreza e miséria. A obra contém uma crítica social incisiva.

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4. A Celebração de 100 Anos de Solidão de Gabriel García Márquez (1967)

Cem anos de solidão

Em 1982, Gabriel García Márquez foi laureado com o Prêmio Nobel e suas obras-primas alcançaram reconhecimento mundial, ultrapassando as fronteiras da Colômbia.

Cem anos de solidão (1967) é provavelmente a maior criação de Gabriel García Márquez, autor de clássicos como Crônica de uma morte anunciada (1981) e O amor nos tempos do cólera (1985). Esta obra é uma das grandes criações da América Latina, já tendo vendido mais de 50 milhões de exemplares traduzidos para mais de 46 línguas.

A trama de Gabo se passa em Macondo, uma vila fictícia que foi inspirada na região onde ele nasceu. Ela retrata a saga dos Buendía, família fundadora da cidade e protagonistas da história.

O amor nos tempos do cólera narra a trajetória de sete gerações de uma única família. Esta escrita é permeada por um realismo mágico que encanta e contagia os leitores.

5. Mario Vargas Llosa e suas Travessuras da Menina Má (2006)

Travessuras da Menina Má, de Mario Vargas Llosa

por ter explorado a realidade da América Latina em suas obras. Em 2010, o escritor peruano Mario Vargas Llosa foi laureado com o Prêmio Nobel. Ao anunciar o seu nome, a Academia Sueca reconheceu a sua obra, que explora a realidade da América Latina.

"pela sua cartografia de estruturas de poder e as suas imagens mordazes da capacidade de resistência, da revolta e da derrota do indivíduo"

Julio Vargas Llosa, nascido no Peru, possui obras tão especiais que foi difícil decidir qual colocar nessa lista. Por fim, escolhemos Travessuras da Menina Má, uma obra de ficção com alguns elementos autobiográficos.

Ricardo Somocurcio, personagem principal do livro e também natural do Peru como seu autor, sempre desejou morar longe. A narrativa começa na década de 50, quando ele tinha apenas 15 anos, e conhece Lilly no bairro Miraflores, em Lima. Instantaneamente, ele se sente profundamente apaixonado por ela, mesmo que ela escondesse o seu nome e nacionalidade.

A amada de Ricardo, Lilly, sempre escapa. Ele tenta várias vezes contê-la e amá-la, mas às vezes ela decide ir embora sem dar qualquer explicação.

Neste romance de Vargas Llosa, é possível perceber algumas mudanças políticas significativas para a América Latina, além da história de um amor turbulento. Também acompanhamos algumas transformações sociais relevantes na Europa, que foram usadas como pano de fundo para a trama.

6. Jornada de Um Ano Difícil (2008): Uma História de J

Diário de um ano ruim

Em 2003, J. M. Coetzee, escritor sul-africano, conquistou o Prêmio Nobel - a premiação mais importante da literatura mundial. O premiado foi o segundo autor de seu país a receber o prêmio, sendo que a primeira foi Nadine Gordimer, que recebeu o Nobel em 1991.

John Coetzee, um famoso professor, crítico literário, ensaísta e escritor, é conhecido por sua prosa única. Sua obra Diário de um Ano Ruim é um exemplo de como ele domina os gêneros literários. Esta obra excepcional, criada pelo autor sul-africano, nos oferece um divertimento que expande os limites da literatura.

O escritor sul-africano reconhecido recebeu a encomenda de um editor australiano para escrever um livro com opiniões sobre temas contemporâneos como o terrorismo, a economia globalizada, os problemas ambientais e as experiências genéticas. No entanto, o resultado da obra foi além do esperado, e o livro se tornou único e autoral.

O autor, que não consegue mais redigir, busca auxílio na vizinha Anya, por quem se apaixonará. A jovem, porém, está num relacionamento estável com outro homem, criando assim um triângulo amoroso que permeia toda a narrativa.

Diário de um Ano Ruim é singularmente escrito e merece ser lido por todos aqueles que desejam explorar os limites da literatura.

7. Pablo Neruda: 'Confesso que Vivi' (1974)

Confesso que vivi, de Pablo Neruda

Em 1971, Pablo Neruda conquistou o Prêmio Nobel pela sua poesia apaixonada. Porém, decidimos incluir nessa lista uma obra em prosa do autor latino-americano que captura magistralmente a vida e inquietações do poeta chileno.

Ao longo de muitos anos, Neruda escreveu sua autobiografia: Confesso que vivi. Os títulos dos capítulos traçam o percurso de vida do escritor, convidando o leitor a mergulhar na história deste poeta extraordinário, que é considerado o maior de sua geração.

Confesso que vivi oferece uma janela para o leitor entrar no Chile durante a maior parte do século XX. Esta obra é uma representação da história do autor, bem como um registro do período histórico.

8. Samuel Beckett's The Unnamable (1953)

O inominável

Em 1969, Samuel Beckett, escritor irlandês, foi laureado com o Prêmio Nobel. Seu último livro, O Inominável, é parte da trilogia escrita entre 1946 e 1949, que inclui Molloy e Malone Morre. Esta obra é, de longe, a experiência modernista mais radical de Beckett.

O livro começa de uma forma muito intrigante, repleto de indagações e com enigmas desafiadores.

Onde agora? Quando agora? Quem agora? Sem me perguntar. Dizer eu. Sem pensar. Chamar isso de perguntas, hipóteses...Onde agora? Quando agora? Quem agora? Sem me perguntar. Dizer eu. Sem pensar. Chamar isso de perguntas, hipóteses...

A obra de Beckett desafia completamente nossa compreensão sobre literatura, pois é criada de forma inovadora: não há personagens, nenhuma progressão temporal, um ambiente desconhecido e sequer um enredo. O único protagonista é uma figura solitária, que continua a falar, sem objetivo definido, sem sabermos para quem.

Você ficou curioso? Então, desafiamos você a ler com um olhar aberto e disposto a enfrentar todas as premissas da literatura considerada “tradicional”.

Laura Aidar
Escrito por Laura Aidar

É arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Possui licenciatura em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formação em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.