Biografia e Obras de Jorge Amado


Escrito por Rebeca Fuks

Considered one of the great names of national literature, Jorge Amado is renowned.

O escritor baiano possui uma enorme obra literária, composta por contos e romances que evidenciam as particularidades da cultura brasileira, com destaque para a população negra e nordestina.

Ele contribuiu para a formação da identidade cultural do nosso povo, abordando questões sociais importantes para si próprio em suas histórias.

Suas histórias foram adaptadas para a televisão e cinema, o que aumentou ainda mais a fama de sua obra.

O autor brasileiro tem ganhado reconhecimento internacional, tornando-se um dos escritores mais vendidos ao redor do globo.

Livros de Jorge Amado

Jorge Amado se dedicou à literatura por 70 anos, desde que iniciou a sua carreira ainda jovem. Além disso, também teve outras áreas de interesse.

Jorge criou muitas histórias, e teve 32 de seus livros publicados. Estes foram traduzidos para 49 idiomas e comercializados em 55 nações.

Foi assim que o segundo escritor brasileiro que mais teve êxito em outros países se tornou realidade, ficando logo atrás de Paulo Coelho.

Personagens Inesquecíveis

O grande sucesso do escritor se deve à adaptação de seus livros para outras formas de arte, como novelas, filmes e peças de teatro. Por conta disso, vários de seus personagens se tornaram ícones da cultura.

A História de Gabriela

Em 1975, a Rede Globo exibiu a estreia da adaptação do primeiro romance de Jorge Amado para o audiovisual, Gabriela, Cravo e Canela. O último capítulo foi transmitido em 24 de outubro daquele ano.

Sônia Braga foi a intérprete da personagem principal e trouxe um enorme sucesso que ainda perdura nos dias atuais. O seu desempenho se tornou parte do imaginário das pessoas.

Gabriela Cravo e Canela

A Flor e Seus Dois Maridos

Em 1976, a obra Dona Flor e seus dois maridos foi transformada em um filme com direção assinada por Bruno Barreto.

Com foco no caráter cômico, a produção destaca Dona Flor (Sônia Braga), seu falecido marido Vadinho (José Wilker) e o marido atual, o farmacêutico Dr. Teodoro Madureira (Mauro Mendonça).

Devido ao grande reconhecimento e identificação do público com os personagens, várias versões da história foram produzidas para televisão e teatro.

dona flor e seus dois maridos

A Tieta do Agreste

Tieta do Agreste, do qual foi baseada a novela de mesmo nome, esteve no ar entre 14 de agosto de 1989 até o dia 31 de março de 1990. A trama conta a história de uma mulher que mora em uma cidade interiorana no estado da Bahia, sendo escorraçada por seu pai devido ao seu comportamento descontrolado.

Ao retornar à pequena cidade, Tieta descobre que 25 anos não mudaram o conservadorismo e hipocrisia que a cercavam. Após ter se tornado uma cafetina influente e com dinheiro em São Paulo, ela ainda assim se deparou com o mesmo ambiente que havia deixado.

Betty Faria deu vida à personagem com uma interpretação marcante e determinada.

Tieta do Agreste

A Vida de Jorge Amado

Os Anos Iniciais

Jorge Leal Amado de Faria nasceu em 10 de agosto de 1912, na cidade de Itabuna, no sul da Bahia. Era filho de João Amado de Faria, produtor de cacau, e Eulália Leal Amado.

Quando tinha menos de dois anos, sua família foi forçada a sair de Ilhéus, devido a um surto de varíola. Após isso, o menino passou a viver em Salvador, onde realizou seus estudos.

Explorando a Literatura: Desenvolvimento e Engajamento

A partir dos 14 anos, começa a se aventurar no mundo das letras. Participa da fundação da "Academia dos Rebeldes", um grupo de jovens escritores que buscavam inovar a literatura da Bahia. Os textos produzidos eram publicados em revistas pela própria equipe.

Jorge Amado

Em 1928, Jorge mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar Direito na Universidade do Rio de Janeiro. Durante seu tempo na universidade, ele participou de muitos debates e reflexões sobre política e arte, surgindo assim sua aproximação com a ideologia comunista. Apesar de ter se formado como advogado, Jorge nunca exerceu essa profissão.

Em 1931, O país do carnaval - o primeiro livro de autoria do escritor - foi lançado. Após dois anos, a obra Cacau viu a luz do dia com poucos exemplares que se esgotaram mais rápido do que se imaginava - em pouco mais de um mês.

Jorge casou-se com Matilde Garcia Rosa nessa época. Juntos, eles produziram um livro destinado à crianças intitulado Descoberta do mundo. Da união deles nasceu sua filha, que infelizmente faleceu aos 14 anos de idade.

Literatura e Política: Consolidando a Participação

Em 1935, a obra Jubiatá foi publicada e recebeu elogios internacionais.

Com sua filiação ao PCB (Partido Comunista Brasileiro) e seu envolvimento com as ideias da esquerda, o escritor foi obrigado a auto-exilar-se para viver em vários países, como Argentina, Uruguai, República Tcheca e França. Nesse período, teve oportunidade de conhecer diversos intelectuais, como Jean-Paul Sartre e Pablo Picasso.

Em 1942, retornando ao Brasil, foi preso pelo governo de Getúlio Vargas. No ano seguinte, casou-se com a escritora Zélia Gattai e, em 1945, foi eleito deputado federal em São Paulo pelo Partido Comunista Brasileiro. Exerceu o cargo durante dois anos, quando foi perseguido novamente e teve que exilar-se. Somente em 1952 é que retornou ao país.

Sua colaboração política foi vital para a implantação de diversas medidas que garantem a autonomia popular, como a liberdade de culto religioso, algo que ainda é válido até os dias de hoje.

O Clássico dos Anos 50 e 60

Em 1955, Jorge deixou a militância comunista e passou a se dedicar exclusivamente à literatura. Entre os anos 50 e 60, escreveu alguns dos seus romances mais importantes, como Gabriela, Cravo e Canela, A morte de Quincas Berro D'Água e Dona Flor e seus dois maridos.

Durante essa época, ele reforçou o seu vínculo com as religiões de origem africana, e foi homenageado no candomblé como Obá de Xangô do Axé Opô Afonjá.

Em 1961, foi acolhido na Academia Brasileira de Letras, tomando a cadeira 23, anteriormente ocupada por Machado de Assis. Seis anos depois, sua obra foi indicada ao Prêmio Nobel de Literatura.

Nas décadas posteriores, várias obras de Jorge Amado foram adaptadas para a televisão e o cinema. A mais célebre delas é Gabriela, Cravo e Canela, que foi lançada pela TV Globo em 1975.

Da década de 1980 à década de 2000

Durante os anos 80 e 90, o escritor publicou diversas obras, dentre elas a auto-biografia "Navegação da Cabotagem", lançada em 1992, e seu último livro "O milagre dos Pássaros", publicado em 1997.

Em 2001, Jorge Amado faleceu quatro dias antes de completar 89 anos, devido a complicações cardiorrespiratórias. O seu corpo foi cremado e as suas cinzas, enterradas na sua casa em Salvador, juntamente com as cinzas de Zélia Gattai, quem se foi em 2008.

As Obra de Jorge Amado: Uma Análise da Produção Literária

O compromisso social e político de Jorge Amado foi responsável por trazer diversos aspectos humanitários e de esquerda para a sua obra. Assim, diversos dos temas abordados em sua produção literária estavam relacionadas com a luta contra a opressão e outras causas importantes.

Jorge acreditava fortemente que a escrita poderia ser usada para transformar a sociedade, desenvolvendo diversas obras que defendiam a criação de um mundo novo. Ele dedicou seus escritos à narrativa das vidas do povo de baixa renda, contando seus desafios, sonhos e dificuldades.

Jorge é famoso por abordar questões regionais e culturais em suas obras. Ele capta a essência da vida baiana e da comunidade negra, contando histórias de maneira fluida e utilizando linguagem simples.

Ainda era possível para o escritor combinar histórias fictícias carregadas de poesia com eventos históricos relevantes.

O escritor pode ser incluído na segunda geração modernista da literatura brasileira, caracterizada por elementos neo-realistas e regionais.

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Rebeca Fuks
Escrito por Rebeca Fuks

É graduada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), possui mestrado em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutorado em Estudos de Cultura pelas Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).