A Origem do Planeta dos Macacos


Escrito por Rebeca Fuks

A franquia de ficção científica norte-americana Planeta dos Macacos se originou do best-seller homônimo do escritor francês Pierre Boulle, publicado em 1963.

A saga começou com a adaptação cinematográfica do livro em 1968 e se tornou ainda mais popular através dos filmes, além de se expandir para séries de televisão, videogames e livros de quadrinhos.

O sucesso de "Planet of the Apes" cativou o público e encantou a crítica ao retratar o conflito entre a humanidade e um grupo de macacos altamente inteligentes e avançados. O primeiro filme deu início a uma saga extremamente bem-sucedida.

Frame do novo filme da franquia Planeta dos Macacos.

A ficção cativante de Planeta dos Macacos tornou-se um clássico da cultura pop devido às suas inteligentes metáforas que suscitam importantes reflexões políticas e sociais.

Arthur P. Jacobs, um produtor de cinema dos Estados Unidos, foi o proprietário da franquia Planeta dos Macacos durante a primeira série de filmes até o ano de 1973, quando faleceu. A partir disso, a 20th Century Fox passou a ser a dona da franquia, até 2017, quando a Disney comprou a Fox.

A polêmica não tardou a surgir quando a produtora norte-americana de tamanho gigantesco se alocou com os direitos da saga.

Recentemente, quando um novo filme foi anunciado, os fãs usaram a internet para expressar o seu desejo: que a história continuasse, ao invés de outro remake.

A Ideia Por Trás do Planeta dos Macacos

A premissa da saga se remonta a tempos antigos: uma praga devastadora exterminou todos os animais de estimação comuns, obrigando os humanos a recorrer à adoção de macacos. Por meio da convivência e da perspicácia dos bichos, eles foram capazes de aprender tarefas e, assim, tornaram-se escravos da raça humana.

Cesar era um símio particularmente inteligente que conseguiu escapar de seu confinamento. Ele treinou os outros símios da sua espécie para que eles pudessem resistir e também conseguir se libertar.

Após sérios confrontos entre humanos e macacos, os animais conseguiram seu almejado direito de emancipação. Dessa forma, eles construíram sua própria sociedade com um sistema de governo próprio. Estes acontecimentos são parte essencial da história do romance original e também da sua adaptação para o cinema.

Aviso: a partir daqui, você estará exposto a detalhes de filmes que revelam o desfecho!

Saga dos Planeta dos Macacos: Uma Revisão dos Filmes

A Série de 1968 a 1973

A série de cinco longas-metragens começa no futuro e a narrativa se desenvolve ao longo de seus episódios, que não seguem necessariamente uma ordem cronológica. Assim, ao longo do enredo, descobrimos os eventos que aconteceram antes.

Dirigido por Franklin J. Schaffner, o primeiro filme da franquia Planeta dos Macacos (1968) segue de perto a história escrita por Pierre Boulle. Nela, três astronautas são transportados para um planeta onde os macacos se comportam como humanos, enquanto os humanos são tratados como selvagens.

Poster do filme Planeta dos Macacos (1968)

Doutor Zaius, um lider religioso macaco, é o vilão da história, representando os dogmas e a falsa ciência. O filme segue com grupos poderosos tentando obter o controle. O final contém um surpreendente twist: os astronautas encontram a Estátua da Liberdade caída na praia e percebem que o planeta devastado é a Terra.

O segundo longa-metragem da franquia, De volta ao Planeta dos Macacos (1970), dirigido por Ted Post, acompanha uma nova aventura no estranho planeta. Descobrimos, então, que um grupo de humanos com habilidades telepáticas conseguiu prosperar na parte subterrânea do planeta.

No filme dirigido por Don Taylor, Fuga do Planeta dos Macacos (1971), a história dá uma guinada. Três macacos viajam no tempo até à Terra, que é governada por humanos, e são confrontados com essa realidade. O longa-metragem apresenta alguns elementos do primeiro filme, mas sob uma perspectiva diferente.

Frame do filme Batalha do Planeta dos Macacos.

J. Lee Thompson foi o diretor dos dois últimos filmes da série: A Conquista do Planeta dos Macacos (1972) e Batalha do Planeta dos Macacos (1973).

Assistimos ao crescimento dos macacos e aos processos que usaram para alcançar a liberdade e governar seu mundo. Eles disputam entre si por questões de poder, algo típico dos animais e ao mesmo tempo profundamente relacionado ao ser humano.

Reinvenção: O Planeta dos Macacos (2001)

Por muito tempo, a franquia ficou sem progresso. Entretanto, Tim Burton tomou a iniciativa de revivê-la, e trouxe Mark Wahlberg, Helena Bonham Carter e Tim Roth para compor o elenco.

Apesar de contar com um trabalho de maquilhagem e cenas impressionantes, o filme não agradou aos críticos, apesar de ter tido sucesso nas bilheterias.

Tentando reproduzir o primeiro filme, Burton encerra a narrativa com um surpreendente twist. Quando os astronautas retornam à Terra, eles descobrem que a estátua de Lincoln foi invadida por macacos, o que quer dizer que o planeta foi dominado pela espécie.

O filme desencadeou o renascimento da franquia, resultando na produção de vários videogames conhecidos, destacando o jogo da Playstation.

Série de 2011 a 2017

Em 2011, a franquia Planeta dos Macacos foi recomeçada com uma nova série. Esta nova adaptação conta a história do processo de ascensão dos macacos ao controle, seguindo uma linha temporal.

Andy Serkis, reconhecido ator, interpreta o papel principal do macaco Cesar, no filme Planeta dos Macacos: A Origem (2011), dirigido por Rupert Wyatt. A produção conta ainda com James Franco e Freida Pinto e utiliza uma técnica de animação avançada baseada na captura de movimentos.

Frame do filme Planeta dos Macacos: a origem (2011).

A história de Cesar é única, pois ele era um símio geneticamente modificado, filho de um macaco comum. Foi criado pelo cientista que o adquiriu, e desenvolveu uma inteligência extraordinária, como nunca se viu antes. Esta nova versão da narrativa nos permite acompanhar a sua história pessoal, as suas experiências e as suas descobertas.

Após experimentos com tratamentos médicos, Cesar foi constatado com um aumento significativo de suas habilidades cognitivas. Quando preso e retido como prisioneiro, ele desenvolveu uma forte insatisfação que o motivou a encontrar a voz, como nunca antes.

Com o objetivo de conduzir sua espécie à liberdade, o protagonista atingiu o ponto de viragem. O segundo filme da trilogia, Planeta dos Macacos: O Confronto (2014) dirigido por Matt Reeves e estrelado por Jason Clarke e Gary Oldman, narra o enredo desse ponto em diante.

Koba - Planeta dos macacos.

A crítica aponta o longa-metragem como uma sequela forte e emotiva. Nesta produção, conhecemos as motivações de Koba, o novo vilão interpretado por Toby Kebbell.

O macaco, que havia sido cruelmente torturado pelos humanos, desejava vingança. Sua ganância de destruir a espécie humana colocou em xeque a paz. No entanto, não conseguiu contar com a ajuda de Cesar, que não lhe deu a mão e o deixou cair do alto.

Dirigida pelo mesmo cineasta, Planeta dos Macacos: A Guerra (2017) retrata as batalhas entre o exército de Cesar e uma força humana liderada pelo Coronel, personagem interpretado por Woody Harrelson.

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Reflexões da Saga Planeta dos Macacos

Os filmes da franquia trazem vários comentários sociais e políticos relevantes para a atualidade. Na primeira série de filmes, podemos notar tópicos específicos que eram importantes na sociedade naquela época, principalmente relacionados às desigualdades raciais.

Metáforas são usadas para ilustrar as realidades dolorosas do racismo, da escravidão e dos dogmas religiosos. A história reflete o mundo em que vivemos, revelando os perigos de cada uma destas questões.

A saga Planeta dos Macacos retrata o medo, o ódio e a guerra, revelando o quanto a vontade de dominar pode corromper a humanidade. No entanto, ela também sugere a possibilidade de libertação, a construção de uma comunidade através da união em face do poder opressor.

Os últimos filmes da franquia trataram sobre temas relacionados à ciência e à tecnologia, que levantam diversas questões éticas e morais. Esses tópicos abordam a crueldade e os experimentos com animais, assim como a possibilidade de um futuro distópico, caso não haja uma mudança de comportamento.

Rebeca Fuks
Escrito por Rebeca Fuks

É graduada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), possui mestrado em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutorado em Estudos de Cultura pelas Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).