A Arte Bizantina


Escrito por Laura Aidar

A arte bizantina teve o seu auge durante o governo do Imperador Justiniano, entre 527 e 565 d.C., quando foi realizada de maneira esplêndida no Império Romano do Oriente.

A partir de 311 d.C., o cristianismo passou a ser reconhecido como a religião oficial do Estado. Esta tradição religiosa vem sendo profundamente conectada à arte ao longo dos séculos.

A transição do Império Romano para o Império Bizantino aconteceu com o governo do Imperador Constantino. Ele foi o responsável pela criação de Constantinopla, que viria a se tornar a capital desse novo Império.

A arte bizantina teve origem no final do século III, quando surge a colônia grega Bizâncio, localizada na região. Esta manifestação artística tornou-se conhecida internacionalmente, estendendo-se para além das fronteiras do Império Bizantino.

A Igreja gradualmente começou a possuir o controle absoluto sobre a cultura daquela época, utilizando a arte como ferramenta para "educar" o povo e divulgar os princípios da fé cristã.

O Fascinante Mosaico Bizantino

A arte bizantina se tornou conhecida por sua linguagem única: o mosaico. Esta técnica envolve o uso de pequenos pedaços de pedras em diferentes tons para criar figuras e imagens. Os pedaços são posicionados lado a lado de forma meticulosa para produzir esse efeito artístico.

Os fragmentos são unidos usando uma argamassa e as lacunas são preenchidas com uma mistura de cal, areia e óleo.

mosaico bizantino

A manifestação artística do mosaico foi usada por vários povos e culturas, mas foi no Império Bizantino que alcançou seu máximo desenvolvimento.

Os afrescos eram amplamente utilizados para decorar as paredes e abóbodas das igrejas, dando destaque a personagens e passagens bíblicas, assim como aos imperadores.

Com grande atenção às detalhes, essas obras são responsáveis por um colorido intenso nos interiores das basílicas, conferindo-lhes uma atmosfera suntuosa cheia de solene esplendor.

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A Arte Bizantina e seus Ícones Feitos em Têmpera

A pintura bizantina não foi tão intensa quanto outras.

O termo ícone vem do grego e significa "imagem". Esta linguagem oferece uma nova forma de expressão através de figuras que representam santos, profetas, mártires, Jesus, a Virgem Maria e os apóstolos.

Estes tipos de pintura possuem características suntuosas e eram fabricados pelo método da têmpera. Esse método consistia na mistura de pigmentos com uma base de ovos ou outra substância orgânica, fazendo com que as cores se fixassem melhor, resultando em uma durabilidade maior e um efeito brilhante.

Muitas das pinturas antigas eram caracterizadas por sua cor dourada, conferindo grande destaque e majestosa beleza. O uso de joias também era muito popular, como um tributo à grandiosidade e adoração das imagens religiosas tanto em igrejas quanto em oratórios particulares.

Andrei Rublev contribuiu para a difusão da arte dos ícones no começo do século XV na região de Novgorod, na Rússia. Esta arte também se espalhou para outras localidades.

ícone bizantino Andrei rublev

A Arquitetura das Igrejas Bizantinas

A arquitetura bizantina desenvolveu-se de forma majestosa, expressando-se na criação de construções sagradas, tal como acontece com outras formas de arte.

Devido ao perseguimento sofrido, os fiéis cristãos eram obrigados a praticar sua devoção em templos humildes e discretos.

À medida que a Igreja Católica adquiriu poder e se tornou um instrumento de dominação, os templos sofreram grandes mudanças.

Como resultado, muitas basílicas monumentais foram construídas para demonstrar o poder divino e o poder político juntos.

É interessante notar que, antigamente, o termo "basílica" era usado para se referir a um "salão real". No entanto, tudo mudou quando a mãe do Imperador Constantino decidiu construir um desses salões para fins religiosos. Desde então, esses grandes edifícios católicos passaram a ser conhecidos como basílicas.

O altar se encontrava na "coro", enquanto a "nave" era a área onde os fiéis permaneciam. As seções laterais eram conhecidas como "alas".

A Basílica de São Apolinário, localizada em Ravena, Itália, é um exemplo de como eram as primeiras construções. Embora tenha sofrido alterações ao longo dos anos, ainda é possível ter uma visão geral de como eram nessa época.

Basílica de São Apolinário

Exemplos de arte arquitetônica da época incluem a Igreja de Santa Sofia, em Istambul (532 e 537) e a Basílica da Natividade, em Belém (327 e 333). Infelizmente, esta última foi destruída 200 anos após sua criação.

A Arte Bizantina - Uma Exploração de Características

A arte bizantina é uma expressão do poder absoluto do imperador, que é visto como enviado de Deus. Esta forma de arte reflete a religiosidade católica, procurando propagar os seus preceitos e destacar os poderes espirituais de seu governante. A suntuosidade é uma das características mais marcantes deste tipo de arte.

A arte egípcia é usada como exemplo para demonstrar como certos elementos podem ajudar a atingir objetivos quando se trata de arte.

A frontalidade é uma das exigências do estilo de representação artística. Isso significa que as figuras devem ser mostradas apenas de frente para o público, transmitindo um sentimento de reverência.

As pessoas que visualizavam as imagens sagradas exibiam veneração, enquanto as figuras de autoridade eram tratadas com reverência pelos seus seguidores.

Todas as cenas possuíam uma estrutura definida, com cada personagem a ocupar um lugar específico e com seus gestos já determinados.

Figuras oficiais, como imperadores, eram exaltadas e glorificadas em retratos ao estilo bíblico. Costumava-se colocar auréolas em suas cabeças e incluí-las em cenas ao lado de figuras sagradas, como Virgem Maria e Jesus Cristo.

Laura Aidar
Escrito por Laura Aidar

É arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Possui licenciatura em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formação em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.