As 11 Obras Mais Notáveis de Tarsila do Amaral


Escrito por Carolina Marcello

A carreira de Tarsila do Amaral se destacou como um dos principais nomes da pintura brasileira. Para uma melhor compreensão de sua trajetória artística, selecionamos onze de suas obras mais significativas.

O Quadro Abaporu de 1928

abaporu

Antropofagia: Ano de 1929

antropofagia

O quadro Antropofagia, da pintora digital, une elementos vistos em A negra e Abaporu. Esta tela tem 79x101cm de dimensão, e é exposta na Fundação José e Paulina Nemirovsky, em São Paulo. Ela se destaca pelo uso de formas inchadas e com perspectivas distorcidas, e também pela predominância do verde explorado em plantas típicas brasileiras, como o fundo da paisagem.

Os Operários em 1933

Operários

Em 1931, apresentada ao público de Moscou pela influência de seu novo namorado Osório Cesar, médico e defensor da causa comunista, a artista expôs sua obra. Em 1933, ainda impregnada pelo espírito ideológico, criou a tela intitulada Operários.

O quadro de São Paulo durante o período de industrialização é retratado de forma extraordinária. As feições dos operários são intensas e profundas, chamando a atenção para o número de rostos que a pintora conseguiu realizar em uma única imagem.

Em 1933, Tarsila pintou a grande tela social Operários, de 150x205cm, que se tornou a obra mais representativa de sua carreira. Hoje, ela integra o Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo.

A Mulher Negra de 1923

A negra

A obra "A Negra", criada em 1923, foi uma tela revolucionária que retratou, pela primeira vez, uma negra como protagonista em uma pintura a óleo. O também pintor Fernand Léger, que eram professor de Tarsila, ficou encantado com o trabalho que tinha 100x80cm de dimensão. Atualmente, essa importante pintura se encontra no acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

Retrato de Oswaldo de Andrade, Ano 1922

Oswald de Andrade pintado por Tarsila em 1922.

Oswald de Andrade

Ao retornar do seu período na Europa, Tarsila conheceu diversos artistas, namorou o escritor Oswald de Andrade e, quatro anos mais tarde, casou-se com ele. Ela ilustrou o livro Pau-Brasil (1925) do modernista Oswald de Andrade, e em 1926 inaugurou sua primeira mostra individual em Paris.

1933 - Classe Segunda

Segunda classe

Em 1933, Tarsila pintou Segunda Classe, que segue a mesma linha de suas outras obras sociais. Os personagens retratados estão descalços na estação de trem e são mostrados com expressões sombrias e rostos afligidos.

Esta pintura a óleo sobre tela tem dimensões grandes (110x151 cm) e faz parte de uma Coleção Particular.

Costura em 1936

costureiras

No óleo sobre tela Operários e Segunda Classe, de 73x100cm, Tarsila evidencia a realidade das costureiras, trazendo seu tema e ideologia. Elas estão exaustas após um dia de trabalho, mas mesmo assim, a presença de um gato é destacada na cena. Esta é uma característica frequente nas pinturas de Tarsila, que costuma incluir animais domésticos nas suas composições.

A Tela, hoje, faz parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

Retrato Autorreferencial, 1923

autorretrato

O quadro Autorretrato, também denominado de Manteau Rouge, foi pintado por Tarsila em 1923 com as medidas de 73x60,5cm. Ela se vestiu com um casaco vermelho de gola alta desenhado pelo estilista Jean Patou para o jantar em homenagem a Santos Drummond oferecido pelo embaixador brasileiro em Paris naquele ano. Hoje, a pintura encontra-se no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

A Cuca em 1924

a cuca

A cuca, pintada em 1924, é um personagem híbrido de animais variados, homenageando as cores nacionais do Brasil com uma paleta forte. Esse quadro foi criado para retratar um animal fictício típico da terra brasileira.

Em 1920, Tarsila e o poeta Blaise Cendrars embarcaram em uma jornada ao Rio de Janeiro e a cidades históricas de Minas Gerais. Após essa viagem, a pintora uniu as técnicas cubistas que aprendera em Paris com a temática nacional, inspirada no lado rural do Brasil.

Esta obra de arte, intitulada A Cuca, pode ser vista no Musée de Grenoble, na França, e mede 73x100cm.

Caminhando em Procissão em 1954

Procissao

A importância de Tarsila como pintora foi tão grande que, em 1954, ela foi convidada para pintar um painel no Pavilhão da História do Ibirapuera, homenageando o IV Centenário da Cidade de São Paulo.

A Pinacoteca Municipal de São Paulo abriga uma pintura de grandes dimensões (253x745cm) retratando uma procissão de Corpus Christi no século XVIII. A obra foi resultado de um convite realizado pela prefeitura.

Mais sobre o assunto

Réplica do Sagrado Coração de Jesus de 1922

Sagrado Coração

Em 1902, aos dezesseis anos, Tarsila (Tharcilla) pintou o seu primeiro quadro, localizado em Barcelona, em um colégio interno. A obra, feita em óleo sobre tela, possuía 103x76 cm e era uma réplica do Sagrado Coração de Jesus. Curiosamente, a pintura levou cerca de um ano para ser concluída e a pintora assinou de forma artística como Tharcilla.

A Obra de Tarsila do Amaral

Filha de família abastada, Tarsila estudou na capital paulista, no colégio Sion, antes de ir para o exterior. Em Barcelona, ela retornou ao Brasil e casou-se com André Teixeira Pinto. Apesar de o casamento não ter durado muito, o fruto desta união foi a única filha da pintora, Dulce, nascida em 1906.

Ao longo dos anos, Tarsila se aprofundou na arte. Em 1920-1922, ela estudou escultura em barro com o sueco William Zadig, desenho e pintura no ateliê de Pedro Alexandrino e diversas outras artes em Paris.

Em 1918, Tarsila do Amaral conheceu Anita Malfatti, outro grande nome da arte visual brasileira. Foi à amiga que comunicou o grande acontecimento que seria a Semana de Arte Moderna, em São Paulo. Junto a ela, Oswald de Andrade, Mário de Andrade, e Menotti Del Picchia formaram o Grupo dos Cinco, todos modernistas. Eles estiveram ativamente envolvidos com o meio cultural de São Paulo durante os anos 20.

A artista foi profundamente celebrada durante sua vida e participou de importantes eventos, como a I Bienal de São Paulo em 1951 e a Bienal de Veneza em 1964.

Ele faleceu em janeiro de 1973 com a idade de oitenta e sete anos.

Carolina Marcello
Escrito por Carolina Marcello

Formou-se em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e possui mestrado em Estudos Literários, Culturais e Interartes pela mesma instituição. Durante os estudos universitários, foi co-fundadora do Grupo de Estudos Lusófonos da faculdade e uma das editoras da revista da mesma, que se dedica às literaturas de língua portuguesa.