15 Pensamentos que o Rap Brasileiro Fará Você Ter


Escrito por Laura Aidar

No início, o rap foi recebido com desconfiança e preconceito pelo grande público. Ele era visto como algo perigoso, pois poderia transmitir mensagens criminosas e desrespeitosas. Porém, nas últimas décadas, o rap vem ganhando espaço, sendo ouvido por públicos de todas as idades e lugares do mundo.

O gênero musical brasileiro tem evoluído, se propagando e transformado. Carregando consigo mensagens políticas e sociais de grande intensidade. Selecionamos para você 15 hits com letras impactantes que refletem a cultura e o momento atual em que vivemos.

1. Gabriel, o Pensador: Até Quando? (2001)

O consagrado rapper brasileiro Gabriel, o Pensador, é muito conhecido por sua poesia letrista. Ao longo da sua carreira, ele abordou temas de crítica social e política, aos quais ninguém foi capaz de resistir.

"Até quando?", de Gabriel o Pensador, é um verdadeiro grito de revolta. Ele retrata a realidade de milhões de brasileiros: lutar diariamente para sobreviver, sem ter tempo para nada, e mesmo assim não conseguir comprar um brinquedo para os filhos. É um hino à indignação e à revolta popular.

Acordo, não tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar

O cara me pede o diploma, não tenho diploma, não pude estudar

E querem que eu seja educado

Que eu ande arrumado, que eu saiba falar

Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá

Consigo um emprego, começa o emprego, me mato de tanto ralar

Acordo bem cedo, não tenho sossego, nem tempo pra raciocinar

Não peço arrego, mas onde que eu chego?

Só fico no mesmo lugar

Brinquedo que o filho me pede, não tenho dinheiro pra dar

A classe trabalhadora precisa estar consciente de que "não adianta olhar para o céu / com muita fé e pouca luta". É necessário enfrentar as adversidades e lutar pelos direitos que garantam dignidade e qualidade de vida. Sem isso, o cenário não se modifica e a realidade permanece a mesma.

Muda, que quando a gente muda, o mundo muda com a gente

A gente muda o mundo na mudança da mente

E, quando a mente muda, a gente anda pra frente

E, quando a gente manda, ninguém manda na gente

Até quando? é uma canção criada para incentivar o ouvinte a se envolver na vida social e política. É um berro de insurgência contra as desigualdades e injustiças brasileiras.

2. Drama Negro: Racionais MC's (2002)

Racionais MC's é um dos grandes nomes do rap brasileiro. Fundado em 1988, o grupo é formado por Mano Brown, Edi Rock, Ice Blue e DJ KL Jay, e já deixou sua marca na música nacional com grandes clássicos, como Jesus chorou e Vida Loka. Entretanto, a canção Negro Drama merece destaque especial neste artigo.

A música produzida por este grupo reflete sobre temas como o racismo, a pobreza e as dificuldades dos moradores das periferias brasileiras, o que não é incomum em seu trabalho.

Periferias, vielas, cortiços

Você deve tá pensando o que você tem a ver com isso

Desde o início, por ouro e prata

Olha quem morre, então, veja você quem mata

Recebe o mérito, a farda que pratica o mal

Me ver pobre preso ou morto já é cultural

Histórias, registros, escritos

Não é conto, nem fábula, lenda ou mito

Relatando episódios de brutalidade policial que levam à morte, os Racionais querem retratar o ambiente de violência em que cresceram e se mantêm vivos: "Pra quem vive na guerra, a paz nunca existiu".

A sociedade brasileira está começando a despertar para os problemas de desigualdade racial e social, que ela foi acostumada a ignorar. Por um lado, ela continua sendo indiferente, porém por outro, ela começou a admirar ícones como 2Pac.

Seu filho quer ser preto, ah! Que ironia

Cola o pôster do 2Pac, aí, que tal? O que 'cê diz?

Sente o negro drama, vai, tenta ser feliz

Ei, bacana, quem te fez tão bom assim?

O que 'cê deu, o que 'cê faz, o que 'cê fez por mim?

3. Mun-Rá: Sabotage (2002)

O rapper Sabotage foi fundamental para o cenário brasileiro. Na sua carreira musical, retratou a vida de crime que experimentou na sua juventude e utilizou seus versos para denunciar a injusta distribuição de oportunidades, a pobreza e a violência que viu crescer ao seu redor.

"Mun-Rá" é um dos seus temas mais famosos, abordando a brutalidade policial nas periferias, bem como o medo cotidiano da morte.

Mas, no bairro, eu pego meu filho, na fé vinha vindo, na fé vou seguir,

Deus que me livre da mira dos tiras, mas, nego, eu não fico, não brinco, nem mosco,

Nego, só vejo os destroços

Do pobre que acorda com ódio,

O anjo do céu não pode ser réu

Apesar da mensagem de Sabotage prever sua trágica morte, em janeiro de 2003, São Paulo foi palco de um dos mais tristes acontecimentos. O artista foi alvejado por dois tiros no pescoço e, devido à gravidade dos ferimentos, veio a falecer.

Sua música conseguiu resistir ao passar dos anos e tem influenciado os rappers mais jovens.

4. MV Bill (2002): Apenas Deus Pode Me Julgar

MV Bill, renomado artista brasileiro, é autor de um dos maiores hits do rap nacional, 'Só Deus Pode Me Julgar'. A letra reflete sua realidade como homem brasileiro, negro e periférico, transmitindo o quanto teve que se esforçar para poder viver.

Vai ser preciso muito mais pra me fazer recuar

Minha autoestima não é fácil de abaixar

Olhos abertos fixados no céu

Perguntando a Deus qual será o meu papel

Fechar a boca e não expor meus pensamentos

Com receio que eles possam causar constrangimentos

Será que é isso? Não cumprir compromisso

Abaixar a cabeça e se manter omisso

Embora sinta rejeição por parte da sociedade e seja tentado a se calar, ele persiste em denunciar a opressão e a se indagar sobre qual o lugar que ocupa nesse contexto.

MV Bill, com um de seus versos mais conhecidos e controversos, sintetiza a realidade de pobreza que testemunhou: "No país do carnaval, o povo não tem o que comer".

Preconceito sem conceito que apodrece a nação

Filhos do descaso mesmo pós-abolição

Mais de 500 anos de angústia e sofrimentos

Me acorrentaram, mas não meus pensamentos

A música é usada como meio para denunciar o racismo, as desigualdades socioeconômicas e a corrupção, revelando como a justiça pode se manifestar de maneiras distintas, com base no status de cada cidadão.

Ordem e progresso e perdão

Na terra onde quem rouba muito não tem punição

5. Marcelo D2: Desabafo (2008)

Marcelo D2, a voz carismática da banda Planet Hemp, foi muito bem recebida pelo público brasileiro com seu hit Desabafo, lançado em 2008. Esta música possui um ritmo muito contagiante, porém os versos trazem uma mensagem profunda e cheia de significado sobre o contexto social.

O rapper inspira ideias de esperança com seu foco positivo, transmitindo uma mensagem para aqueles que o ouvem.

Por um mundo melhor eu mantenho minha fé

Menos desigualdade, menos tiro no pé

Andam dizendo que o bem vence o mal

Por aqui vou torcendo pra chegar no final

Apontando para a temática, o título destaca o desabafo quanto ao que é presenciado no país, expondo a opinião do autor. Entre outros assuntos, o filme Tropa de Elite de José Padilha traz à tona o comportamento agressivo das autoridades.

A partir do exemplo do protagonista do longa, Capitão Nascimento, é possível afirmar que muitos policiais não possuem a devida formação, o que acaba resultando em um sentimento de ódio.

Voltando sua atenção para aqueles que estão ouvindo, lembre-se de que a outra parte da sociedade não pode simplesmente ficar de fora vendo toda a violência: ela precisa encontrar uma forma ativa de intervir.

Tu quer a paz, eu quero também

Mas o estado não tem direito de matar ninguém

Aqui não tem pena morte, mas segue o pensamento

O desejo de matar de um Capitão Nascimento

Que, sem treinamento, se mostra incompetente

O cidadão por outro lado se diz impotente, mas

A impotência não é uma escolha também

De assumir a própria responsabilidade

Hein?

6. Mandume - Uma Parceria entre Emicida e o Produtor (2015)

Emicida, um dos maiores fenômenos dos últimos anos, assina o tema Mandume em parceria com destaques emergentes da música, como Mel Duarte, Drik Barbosa, Amiri, Rico Dalasam, Muzzik e Raphão Alaafin.

Este é um hino de resistência às opressões sociais, à discriminação e aos preconceitos. Refuta a ideia de que alguém deva se submeter aos julgamentos arbitrários da sociedade. Inspira as pessoas a levantarem-se contra a opressão e a lutarem por sua liberdade e direitos.

Eles querem que alguém

Que vem de onde nós vem

Seja mais humilde, baixa a cabeça

Nunca revide, finge que esqueceu a coisa toda

Eu quero é que eles se...

O rapper afirmou que a música representa uma forma de libertação, depois de séculos com um profundo desejo reprimido. Ele explicou essa ideia em uma entrevista à Billboard Brasil.

Em homenagem a Mandume ya Ndemufayo, o rei dos Kwanyama e líder da resistência à colonização portuguesa, os artistas de rap criaram um nome que dá voz à nova geração que deseja acabar com a discriminação racial.

Porque mais do que um beat

pesado é fazer ecoar na sua mente

o legado de Mandume

E no que depender da minha geração, parça,

não mais passarão impunes

7. Ricon Sapiência: Ponta de Lança (2016)

Em 2000, Ricon Sapiência entrou na cena do rap nacional como um refresco bem-vindo. O músico e poeta logo passou a chamar a atenção, até que, nove anos depois, sua música Elegância alcançou grande sucesso.

Ricon usa ritmos e rimas poderosos para destacar suas mensagens otimistas e positivas. Combatendo clichês negativos, Ricon ensina lições de autoestima e fortalecimento da comunidade negra.

Quente que nem a chapinha no crespo, não

Crespos tão se armando

Faço questão de botar no meu texto

Que pretas e pretos estão se amando

8. Froid: Uma Abordagem Pseudo-Social (2016)

Froid se insere na nova geração de hip hop brasileiro e sua música contém reflexões políticas e sociais. O hit Pseudosocial aborda o tema da educação no Brasil com objetividade.

O futuro terá cura, o futuro é literatura

Escolástica, matemática é mágica pura

Sem assediar alunas, sem censuras

Num espaço mais aberto pra filosofar cultura

Compondo sobre a liberdade que tanto deseja encontrar nos espaços escolares, o poeta traça críticas à realidade presente, que muitas vezes se apresenta sombria e dura. A escola não costuma ser um lugar propício para a formação dos cidadãos, pois acaba perpetuando as discriminações, em vez de promover a igualdade.

Bloqueiam potencial

Olhe bem para os seus calos

Cês criaram um animal

Algo indomesticável

É o preconceito racial

9. Flora Matos - Preta de Quebrada (2017)

Com seu nome sendo destacado no rap feminino, Flora Matos vem conquistando cada vez mais fãs no Brasil e no mundo inteiro. Em 2017, ela lançou o single "Preta de Quebrada", que reflete sua caminhada de vida. Ela se identifica como alguém que veio de um meio simples, mas mostra que batalhou bastante para alcançar os resultados que possui atualmente.

A música reflete a independência, a segurança e a determinação de uma mulher que sabe o seu próprio valor. Ela entende que não necessita de alguém para ter a vida que deseja e que nunca deve aceitar um relacionamento em que não seja devidamente respeitada.

Ela tem foco na música rap e sempre corre atrás de seus sonhos. Ela incentiva as pessoas a fazerem o mesmo, acreditando que é necessário assumir a responsabilidade para alcançar a felicidade.

Hora de lembrar que só o seu amor próprio sara

Se ele deu mancada, dá uma segurada

Ninguém merece ser tirada de otária

Meu sentimento fala, conversa com a alma

E a minha mente conclui que eu mereço ser respeitada

Sou uma mulher de garra, preta de quebrada

E o conforto que eu tenho é o meu dinheiro que paga

E seja na favela ou nos prédio eu tô em casa

Faço rap bem feito que é pra não me faltar nada

Eu vou ficar milionária, milionária

Sem nunca depender de um homem pra ter minhas parada

Faço minha caminhada

Sou um exemplo vivo de mulher que não se cala

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10. Menestrel, Relicário (2017)

Menestrel, uma das figuras jovens mais populares do rap brasileiro, tornou-se conhecido devido ao seu envolvimento no projeto musical "Poetas no Topo", da PineappleStorm TV. Em 2017 ele lançou seu primeiro álbum, intitulado "Relicário", que deu nome ao seu single promocional.

A música começa com um sample da dublagem do filme norte-americano O Livro de Eli, que se passa em um mundo pós-apocalíptico. Nele, um homem caminha tentando trazer esperança aos que ainda estão lá.

Se pudéssemos ter as palavras certas para expressar nossa fé, que diferença essa mudança faria neste mundo! Seria tão justo.

Na esquina da minha rua tem um bar

Eu não precisava ter ódio do estabelecimento

Eu sei até o que vocês vão perguntar

Não tomei ódio da cachaça, só de ver meu pai bebendo

Com quinze eu sucumbi pro vício

Igual a ele, o que mata nós dois é levar droga de refúgio

Existe saudade no fundo do copo dele

Na ponta do meu cigarro tem angústias do mundo

A letra da música remete ao imaginário religioso: um relicário é um objeto usado para guardar imagens de santos. Esta é uma forma do artista relembrar alguns episódios importantes do seu passado, como o vício do pai no álcool, que acabou influenciando o seu próprio comportamento.

Num relato comovente, ele descreve como suas e as vulnerabilidades dos outros os levaram a tentar fugir da realidade e se entregar aos vícios. É, portanto, uma narrativa importante e sincera, além de uma oportunidade de vencer.

11. Aplicando TRIZ à Elevação Mental (2017)

Surgindo com o intento de expandir a nossa forma de pensar, TRIZ traz em seu single maior sucesso, Elevação Mental, letras que se opõem aos julgamentos feitos com base na aparência pessoal e seu impacto nas vidas dos indivíduos, dando ao ouvinte mensagens de encorajamento.

A sanidade tá escassa no mundo das aparências

Não se cale jamais diante do opressor

Não deixe que o sistema acabe com o seu amor

TRIZ acredita que todos merecem ser tratados com o devido respeito e dignidade, e que todos nós ganharíamos com uma sociedade que fosse mais inclusiva e consciente da diversidade. Otimista e motivadora, TRIZ é a voz que anuncia a chegada de um mundo melhor.

Seja inteligente, abra a sua mente

O mundo é de todos, não seja prepotente

Seja gay, seja trans, negro ou oriental

Coração que pulsa no peito é de igual pra igual

O individual de cada um não se discute

Seja elevado, busque altitude

12. Criolo: Boca de Lobo (2018)

Com seu lançamento de Boca de Lobo, em 2018, Criolo tornou-se parte da história da música brasileira, conquistando fãs dentro e fora do país. Esta música, que faz denúncia de problemas sociais como o racismo, a pobreza e a exclusão, evoca a necessidade de ação em nome de um mundo melhor.

Aonde a pele preta possa incomodar

Um litro de Pinho Sol pra um preto rodar

Pegar tuberculose na cadeia faz chorar

Aqui a lei dá exemplo: mais um preto pra matar

Nos primeiros versos, Criolo se dirige à questão do sistema judicial e da precariedade dos presídios, trazendo à tona o caso de Rafael Braga, preso em 2013 por causa de uma embalagem de pinho sol que a polícia equivocadamente interpretou como destinada ao fabrico de explosivos.

A cidade de São Paulo é cenário de um tráfico de armas e drogas diário, carregando consigo inúmeros riscos. É preciso criticar a hipocrisia dos que insistem em continuar alimentando o "negócio" e o seu ciclo de violência.

Diz que é contra o tráfico e adora todas as crianças

Só te vejo na biqueira, o ativista da semana

13. Baco Exu do Blues: O Bluesman de 2018

Baco Exu do Blues, um dos novos prodígios da música brasileira, provou ser merecedor do reconhecimento com o lançamento do álbum Bluesman, em 2018. O seu curta de mesmo nome, dirigido por Douglas Ratzlaff Bernardt, foi tão bem-sucedido que lhe rendeu um Grande Prêmio no Festival de Cannes, em 2019.

Intitulando o álbum, Baco exibe um desafio à sociedade racista, querendo destacar a cultura e a herança deixadas pelos negros no mundo inteiro.

A partir de agora considero tudo blues

O samba é blues, o rock é blues, o jazz é blues

O funk é blues, o soul é blues

Eu sou Exu do Blues

Tudo que quando era preto era do demônio

E depois virou branco e foi aceito eu vou chamar de blues

Enumerando diversas influências encontradas nas artes e principalmente na música, a cultura branca dominante foi captando-as, contudo, reproduzindo também preconceitos raciais.

O tema "Consciencialização" de Baco é arrepiante e abre um dos melhores discos contemporâneos de rap. Esta faixa é um importante projeto de consciencialização que oferece uma visão única para os ouvintes.

14. Deixe-me Viver, Karol de Souza (2018)

Karol de Souza, em sua música “Me Deixa Viver”, alega a necessidade de aceitação de nós mesmos, de maneira mais diversa. Ela desafia os padrões de beleza estabelecidos, criticando o controle e o julgamento dos corpos que não estão dentro desses padrões.

A artista incentiva seus fãs a se amarem pelo que realmente são, sem se preocuparem com a pressão imposta pela moda e pela mídia para serem algo que não são. Ela apoia que existem inúmeras formas de se ser bonito e que eles não devem aceitar essa "lavagem cerebral" feita por esses meios de comunicação.

Mesmo que as capas de revista ainda vendam magreza

Cada dobrinha do meu corpo

E cada linha de expressão do meu rosto

São partes fundamentais da minha beleza

Tio, não é que o nosso cabelo arma

Nosso cabelo é uma de nossas armas

Pra combater esse estereótipo falido

Completamente ultrapassado

15. Djonga e Bené (2019)

É inegável o impacto causado nos dias de hoje por Djonga. Chegou ao topo com "sangue nos olhos" e se destaca pela qualidade de seu trabalho e a ousadia das letras. Falando sobre racismo, discriminação de classes e violência, o artista vem contribuindo para um debate necessário.

Djonga, em sua faixa Bené da sua obra de 2019, Ladrão, aborda o sistema de tráfico de drogas e a maneira como os rapazes da periferia entram nessa área. Para exemplificar, o artista faz referência a Bené, o icônico personagem de Cidade de Deus.

Anos atrás achava que era dono do mundo

Hoje entendi, irmão, que o mundo que é dono de mim

Briguei com a razão, pela lógica, emocionado

Até ver quem mal começou se encontrar com fim

Dizem que meu papo é muito profundo

Mano, é que eu mergulho pra nunca boiar

Somos grandes como oceanos, mas jamais pacíficos

Eu vou à luta Elis

Porra, viver é melhor que sonhar

Djonga traz à tona a realidade de muitos brasileiros que acabam envolvidos com o tráfico: a busca de uma saída para a miséria. Diferentemente do seu parceiro, Zé Pequeno, que era agressivo e sedento de poder, ele não vê no crime mais do que uma forma de sobrevivência.

Apesar de o escape de Bené parecer-lhe uma boa opção, o resultado acaba sendo trágico. Isto é algo que o rapper destaca, alertando para os riscos e consequências da vida de tráfico, fazendo questão de repetir no refrão: "Pega a visão, não vá se perder".

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Uma playlist repleta de ritmo e poesia é o que oferecemos a você com esses e outros sucessos do rap nacional. Escute agora:

Laura Aidar
Escrito por Laura Aidar

É arte-educadora, artista visual e fotógrafa. Possui licenciatura em Educação Artística pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e formação em Fotografia pela Escola Panamericana de Arte e Design.