Resumo e Significado da História da Cinderela (ou A Gata Borralheira)


Escrito por Rebeca Fuks

A história de Cinderela, também conhecida como Gata Borralheira, é uma das narrativas de conto de fadas mais populares de todos os tempos. Ela tem influenciado fortemente a forma romântica como o mundo é visto, tornando-se uma das mais famosas histórias contadas por gerações.

Esta história de amor é comovente, em meio a temas difíceis como negligência e abuso. No entanto, Cinderela não deixa de acreditar em seus sonhos e, apesar de todos os desafios, ela consegue encontrar a felicidade no final.

O amor possui um poder salvífico que é refletido nos contos de fadas. Estes transmitem as ideias de esperança e fé, sugerindo que o destino pode ser alterado com um simples gesto de mágica.

Resumo da História de Cinderela

Começando a Jornada

Sem pais, Cinderela ficou sob o controle da sua madrasta, uma mulher cruel que regia a casa ao lado de suas duas filhas.

Não havia nenhum tipo de afeto entre as garotas e a protagonista: pelo contrário, elas cobiçavam a sua aparência e a chacinavam.

Cinderela limpando a casa.

A jovem, chamada de "Gata Borralheira", era obrigada a vestir roupas velhas e realizar todos os afazeres da casa. Enquanto não tinha permissão para participar das outras atividades, sua existência era bastante solitária. No entanto, ela contava com os animais da região, que surgiam para trazer alguma alegria ao seu dia-a-dia.

O Rei determinou que um baile seria realizado, e que o Príncipe usaria o evento para encontrar sua noiva. Ele exigiu a presença de todas as jovens solteiras.

Irma rasga o vestido de Cinderela.

Ao obter ajuda dos animais, Cinderela fabricou um lindo vestido com retalhos para usar no baile. A beleza da jovem encantou tanto as três mulheres que elas decidiram rasgar sua roupa a fim de proibir sua ida à festa.

Explorando o Desenvolvimento

Sem roupa para usar, a "Gata Borralheira" foi para o seu quarto, e ali chorou, desejando algo maravilhoso. Então, de repente, ela viu a chegada de uma mulher mais velha que, ela descobriu, era a sua Fada Madrinha. A Fada Madrinha tinha vindo para ajudá-la.

Surge a fada mdrinha para ajudar a Cinderela.

Agitando a varinha, a Fada vestiu e arrumou Cinderela com a maior elegância, fazendo surgir sapatinhos de cristal nos seus pés. Logo após, apareceu uma linda carruagem e os animais que estavam ao lado da Cinderela foram transformados em empregados.

Ao concluir tudo, ele impôs uma única exigência: a garota precisaria retornar para casa antes da meia-noite, pois aí os efeitos de sua mágica cessariam.

Assim que chegou na festa, a "Gata Borralheira" parecia uma verdadeira princesa desconhecida e todos se surpreenderam ao vê-la. Contudo, o Príncipe foi imediatamente arrebatado pela beleza da moça e, sem pensar duas vezes, puxou-a para dançar.

Cinderela perdendo o sapato.

Naquela noite, uma sensação de amor começou a se desenvolver entre os dois que conversavam e se divertiam há horas. Subitamente, Cinderela percebeu que estava a poucos minutos da meia-noite e teve que fugir.

Ao longo do caminho, ela deixou cair um dos seus sapatos de cristal, que foi recolhido pelo Príncipe, pois era a única pista sobre quem ela era.

Chegando ao Fim

A partir desse momento, o Príncipe dedicou todos os seus esforços à procura da dona do sapato mágico. Para isso, ele determinou que todas as mulheres da região experimentassem o calçado de cristal. Inúmeras jovens tentaram passar-se como a verdadeira portadora do item, porém, o sapato nunca encaixava nos seus pés.

Quando a comitiva real chegou à casa de Cinderela, sua madrasta trancou-a no sótão para que apenas suas filhas fossem apresentadas ao Príncipe. Por mais que tentassem, ninguém conseguia calçar o sapato. Foi nesse momento que perceberam que a "Gata Borralheira" ainda estava lá e mandaram chamá-la.

Cinderela experimentando o sapato.

Quando a jovem apareceu, o Príncipe reconheceu-a como aquela com quem tinha dançado. Cinderela experimentou o sapatinho de cristal e encaixou-se perfeitamente no seu pé.

Cinderela e o Príncipe tiveram um reencontro feliz e decidiram casar-se. Logo, se mudaram para o castelo, onde governaram e viveram juntos, felizes e contentes, para sempre.

Origens do conto de fadas Cinderela

Centenas de versões diferentes da história da Cinderela foram criadas ao longo dos anos, influenciadas por várias narrativas de origem variada. Assim como outros contos de fadas, ela vem sendo contada há muito tempo.

Uma das primeiras variações da história da "Gata Borralheira" teve origem na China, em 860 a.C. Posteriormente, Strabo, um historiador grego que viveu entre 63 a.C. e 24 d.C., narrou sobre uma escrava obrigada a se casar com o rei do Egito, o que parece ter sido o embrião da famosa lenda.

Quadro Cinderella, de Anne Anderson (1874-1930).

No século XVII, na Itália, existiu um conto popular que foi a inspiração para a versão publicada por Giambattista Basile em 1634. Acredita-se que o conto seja o responsável por dar origem ao que conhecemos hoje como o conto de fadas de Chapeuzinho Vermelho.

Charles Perrault, um francês considerado o "pai da literatura infantil", escreveu décadas depois a versão mais reconhecida dessa história.

No século XIX, os irmãos Grimm - autoridades indiscutíveis quando se trata de contos de fadas - também escreveram a sua versão do mesmo conto. Esta versão era bem mais sombria, uma vez que não havia a presença de uma Fada encantada.

Cinderela com as pombas, ilustração de Alexander Zick (1845 - 1907)

Ao ouvirem o lamento de Cinderela, as pombas voam em seu socorro. Por causa da má ação das irmãs, elas tentam vingar a mocinha e picam os olhos das crueles.

A história de Cinderela foi contada de muitas formas ao longo do tempo. Em alguns relatos, não é uma Fada que vem em seu auxílio, mas sim o espírito da mãe dela, descido dos céus.

Qual é o Significado da História da Cinderela?

O conto da Cinderela faz parte de nossa infância desde sempre. É interessante pensar o que há por trás de tanta popularidade. A narrativa nos mostra o poder indescritível do amor, que é capaz de transformar qualquer realidade em um instante.

Apesar da narrativa romântica, a história também aborda questões como relações familiares abusivas, injustiça e discriminação, que são temas relevantes e sempre presentes.

A protagonista da história de Gata Borralheira vive uma vida dura, mas ainda assim é capaz de permanecer com esperança e acreditar na magia do mundo. Por isso, essa fábula se tornou icônica e tem se mantido viva por séculos, sendo uma lição de superação para todos.

Bruno Bettelheim, um psicólogo norte-americano, estudou os arquétipos e simbologias presentes nos contos de fada, particularmente no conto da Cinderela. Ele explorou a sua significância em profundidade na sua obra A Psicanálise dos Contos de Fadas, de 1976.

Borralheira, como a conhecemos, é uma estória onde são vivenciados os sofrimentos e as esperanças que constituem essencialmente a rivalidade fraternal, bem como a vitória da heroína humilhada, sobre as irmãs que a maltrataram.

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Transformando Histórias para a Telona

O conto de fadas Cinderela se tornou parte inerente da cultura mundial e é recriado em diversas mídias ao longo do tempo. Desde a literatura, passando por pinturas, teatro e ópera, é impossível enumerar todas as representações artísticas desta história lendária.

Apesar disso, a tela dos cinemas é a principal responsável pela divulgação da história, com diversas adaptações. A Disney, evidentemente, merece destaque entre elas.

Em 1950, uma das produções mais marcantes da história foi lançada pela companhia: o filme de animação encantando, "O Sapatinho de Cristal". Desde então, esse filme tem sido parte fundamental das infâncias de muitas gerações, e, mesmo atualmente, continua encantando crianças de todas as idades.

Naquela que foi a versão live-action de Cinderela em 2015, dirigida por Kenneth Branagh, desfrute ao assistir o trailer abaixo:

Rebeca Fuks
Escrito por Rebeca Fuks

É graduada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2010), possui mestrado em Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2013) e doutorado em Estudos de Cultura pelas Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Universidade Católica Portuguesa de Lisboa (2018).